De início, cinco artistas foram anunciados para introduzir obras no vale, todas em larga escala e específicas para o local. Um deles é o americano James Turrell, que explora a luz e o espaço com instalações imersivas que criam experiências sensoriais peculiares.

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A grande obra de James Turrell

Para o “Vale das Artes”, como é chamado o Wadi AlFann, Turrell desenhou uma série de espaços no fundo de um cânion recheado de túneis e escadas. A ideia é desenvolver uma experiência sensorial de espaço, cor e percepção por meio da luz e de elementos que envolvam o céu e o próprio terreno.

A enorme instalação terá quatro “Skyspaces”, espaços comuns na obra do artista, onde ele cria um ambiente arquitetônico com uma abertura no teto, deixando que a luz natural entre. Para a concepção da obra, o artista visitou AlUla pela primeira vez em 2020, quando ficou surpreso com as formações de arenito que se assemelham ao estado norte-americano do Arizona.

“Eu estava muito familiarizado com esse tipo de paisagem e estranhamente me senti em casa trabalhando lá. A qualidade da luz em AlUla é de ar seco do deserto com pouca umidade, o que produz uma luz no céu nítida e clara”, disse em comunicado à imprensa.

A obra, assim como as outras instalações previstas, dialogam com a paisagem de AlUla, repleta de penhascos de arenito, cânions e topografia dramática. Os outros quatro artistas recrutados para criar obras para vale são: Manal AlDowayan, da Arábia Saudita; Agnes Denes, da Hungria; Michael Heizer, dos Estados Unidos; e Ahmed Mater, da Arábia Saudita.

Vale dizer que James Turrell tem um museu inteiramente dedicado ao seu trabalho em Salta, na Argentina. A Bodega Colomé, uma das pioneiras na produção de vinhos de altitude, abriga o Museu James Turrell, onde nove ambientes somam mais de mil metros quadrados com obras do artista.

A cidade de AlUla

No noroeste da Arábia Saudita, AlUla é rodeada por grandes formações de arenito. Aqui fica o primeiro Patrimônio da Humanidade pela Unesco da Arábia Saudita, o sítio de Hegra, onde tumbas e túmulos que datam desde o século 1 a.C seguem preservados. A Pedra do Elefante também é um dos atrativos populares da região.

A localidade é, inclusive, um dos destinos-desejo para 2025 de Daniela Filomeno, apresentadora do CNN Viagem & Gastronomia.

A cidade tem entrado no radar de viajantes por conta de construções que se destacam no deserto, como o Maraya, estrutura de 26 metros formada por mais de 9 mil painéis espelhados, e o Our Habitas AlUla, hotel com 96 villas espalhadas por um vale que possui piscina de borda infinita altamente fotogênica.

Há ainda o centro antigo de AlUla, um labirinto de mais de 900 casas de tijolos de barro desenvolvidas a partir do século 12.

O Wadi AlFann, o “Vale das Artes”, conversa com a “Visão Saudita 2030”, uma série de gigaprojetos do país para diversificar a economia. Entre os destinos em construção, destaca-se ainda Qiddiya, cidade com 25 distritos que será a capital do entretenimento, dos esportes e da cultura da Arábia Saudita.

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