Tudo isso pode ser melhor encontrado em um cruzeiro de luxo, daqueles em que não há preocupação com filas, com restaurantes cheios, com agendamento ou áreas comuns desorganizadas e lotadas. Minha mais recente referência em cruzeiro de luxo foi a bordo do Silver Nova, o mais novo navio da frota da Silversea Cruises, que ganhou as águas em agosto de 2023.
Destaco a embarcação pois, além de seu design inovador e de seus roteiros que podem ar pelo Caribe, Alasca, Japão, Austrália e pela Europa, o Silver Nova carrega as marcas de qualidade da companhia, como os programas minuciosamente desenhados e as excursões personalizadas tanto em alto mar quanto em terra firme, sempre com especialistas que dão um verdadeiro show nas explicações e palestras.
Conto sobre esta experiência com certo apego, pois foi a minha terceira viagem com a Silversea Cruises. Junto à companhia pude rodar o Mediterrâneo há mais de uma década e também desbravar os fiordes da Noruega, no ano ado, a bordo do Silver Dawn, com paradinhas em cidades encantadoras com direito até a avistar aurora boreal.
Por isso, minha dica para quem tem vontade de fazer um cruzeiro é pesquisar, analisar e verificar as diferenças entre cada navio - dentro da mesma companhia existem diversas opções e estas podem ser bem diferentes entre si. E, importante ressaltar, na ponta do lápis, um cruzeiro de luxo pode sair mais em conta do que uma viagem sofisticada em terra.
A primeira impressão desta embarcação de 54,7 mil toneladas é que há muita entrada de luz natural no interior, nos oferecendo uma sensação maior de interação com o mar. O efeito é explicado pelo uso de mais de 4 mil m² de vidro em todo o navio, os quais enquadram vistas de longo alcance, seja dentro das suítes ou nas áreas sociais.
Interessante é que esse pensamento se repete na configuração de alguns espaços inéditos, como o The Marquee, restaurante ao ar livre que funciona desde o café da manhã até o jantar, e o Dusk Bar, ao lado da piscina e com vistas para o mar.
No total, o Silver Nova acomoda até 728 ageiros e 544 tripulantes, o que resulta em uma proporção de 1,3 funcionário por ageiro, elevando a régua de um serviço mais personalizado. São 13 categorias de suítes, a maior variedade no catálogo da empresa, em que todas possuem varanda. Elas variam de 33 a 123 m², sendo a maior delas a Suíte Otium, com janelões do chão ao teto, sala de estar, closet e uma grande varanda com banheira de hidromassagem própria.
Impressiona também a coleção de arte espalhada pelo navio, com cerca de 1.800 peças de 59 artistas de 25 países. São mais de 1.250 quadros, nove instalações, oito esculturas e outros trabalhos envolvendo antiguidades, vasos de Murano e livros artísticos. Entre as obras há esculturas de bronze do artista italiano sco Messina e fotos de Steve McCurry, para citar alguns.
Nos dias em que navegamos sem poder sair da embarcação, destaco a programação pensada para realmente entreter todo o tipo de público. Dessa vez, viajei apenas com a minha filha de 9 anos e, quem viaja ao lado dos pequenos, muito mais em um cruzeiro, sabe que o entretenimento é a peça-chave para a realização das crianças. Desde manhã até de noite, atividades como competição de Uno, pingue-pongue e teatro, para citar apenas uma fração, ajudaram a mantê-la ocupada e a criar momentos divertidos entre nós.
Para relaxar, o mesmo programa de spa do navio Silver Dawn também está presente aqui e vai ainda mais longe com sua inspiração romana. O espaço possui uma piscina de relaxamento, oito salas de tratamento, saunas, academia, salão de beleza e uma janela do chão ao teto com vistas privilegiadas.
Para completar, entre as áreas comuns do navio há deque com piscina, bar de coquetéis e de uísques, biblioteca de observação, teatro e cassino.
A gastronomia é um dos pontos altos da Silversea Cruises. Para começar, a empresa implementou no Silver Nova o programa culinário S.A.L.T (Sea and Land Taste), que compreende um ecossistema gastronômico com experiências, aulas, palestras e até excursões imersivas em terra.
Um bom exemplo é o S.A.L.T Lab: durante o dia, funciona como um espaço de workshops e demonstrações culinárias, mas à noite se transforma em uma cozinha intimista e interativa que serve pratos inspirados pelas paisagens e pelos sabores da região visitada - para até 18 comensais.
Ao todo são nove opções de restaurantes no navio, a maioria com refeições inclusas na tarifa, e apenas três com reservas pagas à parte.
Os meus preferidos são o Kaiseki, incluso na diária durante o dia e com taxa de reserva para o jantar, e que celebra a cozinha japonesa com sabores autênticos e harmonizações com saquês, uísques e coquetéis à base de chás; e o La Dame, francês com menu-degustação de sete tempos ou itens à la carte, entre caviar, vitela e suflê, que podem ser harmonizados com uma seleção de vinhos ou de champagnes vintage.
A taxa de reserva do Kaiseki é de US$ 80 (cerca de R$ 410) cobrado apenas de noite e o do La Dame é de US$ 160 (cerca de R$ 820), incluindo harmonizações. E seja em qualquer um dos nove restaurantes, menus com pratos vegetarianos, veganos e à base de plantas estão disponíveis.
O café da manhã pode ser no restaurante ou no quarto, sem nenhuma taxa adicional, é supercompleto, com diversas opções e até com caviar à vontade. O frigobar também está incluso na diária, e, vale comentar do sorvete, liberado durante todo o dia e que fez a diversão da minha filha.
Fiquei impressionada com a qualidade de tudo o que comemos e com a preocupação com as restrições alimentares e preferências de cada ageiro, um serviço primoroso que atendeu todas as demandas, até mesmo o pedido do "Mac and Cheese" que minha pequena fez no meio de um jantar no restaurante francês!
A viagem inaugural do Silver Nova se deu pelo Mar Adriático. Em seguida veio o Mar Mediterrâneo e, mais tarde, o Caribe e a América do Sul. Assim como outros cruzeiros de luxo da Silversea, o navio dispõe de diversos roteiros pelos mais variados mares e destinos.
Na página do Silver Nova há uma seleção de viagens entre 2024 e 2025 que podem durar de uma semana a 30 dias, ando por Canadá, Alasca, Austrália, Nova Zelândia e Japão, para citar alguns.
Minha experiência no navio se deu com saída no porto de Miami com destino a Cartagena das Índias, uma cidade apaixonante na Colômbia que tem despontado com bares, restaurantes e hotéis para lá de interessantes nos arredores de seu centro amuralhado. Agora o navio segue viagem até o Canadá para se preparar para a temporada no Alasca e no Ártico, refletindo mais uma vez a diversidade de destinos e itinerários.
Por fim, vale dizer que a companhia já deixou avisado: um navio irmão do Silver Nova, chamado Silver Ray, será lançado em meados de 2024, sendo o 13º da frota.
Estou prontíssima para embarcar em mais uma aventura no mar. E vocês?